O dia da mães

No meu trabalho digo que tenho a possibilidade de ter um termômetro em minhas mãos em vários aspectos da vida humana. Muitas vezes com uma febre altíssima, certas relações passam a vida sem encontrar um medicamento para diminuir a temperatura.

Vejo com angustia o sofrimento de muitas, mas muitas mães que se os filhos ligassem pelo menos uma vez por dia, uma vez por semana, uma vez por mês…estariam felizes por serem lembradas ou pelo menos poder sentir que não estão abandonadas.

No mundo do ego exagerado não há tempo para ligar para “minha mãe”: “sabe, ela fala muito e eu tenho sempre muitas coisas importantes para resolver e não dá para ficar no telefone batendo papo, escutando ladainhas e de repente tendo de saber de algum problema que terei que resolver, então, prefiro esperar o dia das mães e já programo com antecedência onde irei levá-la, isso se ela não fizer questão de preparar um almoço na casa dela e já aviso meus filhos que não marquem nada nesse dia e então passamos rapidinho no shopping mais próximo e compramos “alguma coisa” e pelo menos fazemos nossa parte.”  Nossa parte!

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Não seria necessário o dia das mães se os filhos fossem conscientes de algumas atitudes básicas que preencheriam a vida de suas mães e que as tornariam mais felizes e saudáveis ao invés de viverem com espectativas em vão de serem lembradas ou ter alguma esmola sentimental em determinado dia do ano.

É lógico que existem famílias com “F” maiúscula onde este discurso não vale, mas garanto que existe uma grande parte da sociedade que trata suas mães como um estranho inconveniente.

Evidente que existem mães sofredoras e que adoram vitimizar suas vidas e daí realmente é pesado. Poderiam estar ativas realizando muitas coisas e preferem viver de queixas e frustrações, nestes casos criam situações difíceis para os filhos que nunca conseguem agradá-las. Existe um bumerangue de sentimentos entre filhos e mães que vão desde a culpa até o ódio e vivem num eterno patamar de descontentamento.

Espero que a nova geração quebre esse tipo de vida onde as mães sofredoras possam sair desse patamar de vítimas e assumir que as escolhas pertencem a todos e que não é certo  os filhos viverem pendentes para suprir as carências que estas tiveram durante a vida com maridos ou na vida profissional, pois conheço muitas mães maravilhosas que apesar da idade avançada continuam sendo úteis, independentes e lutadoras, sabedoras de suas capacidades e que continuam contribuindo para os que estão à sua volta e também para a sociedade sem estarem fixadas no papel sofredoras.

O dia das mães pode ser maravilhoso se, durante todo o ano, as relações viverem de sentimentos verdadeiros, mas pode ser um pesadelo para aqueles que precisam representar o papel família unida em determinado dia do ano, dia este que custa a passar.

Sorte de quem tem mãe todo dia e sorte da mãe que tem filhos que não são meros estranhos no ninho.

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Bacharel em piano, premiado em diversos concursos . . .

Imagem: Photl.com

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