Comendo com prazer

O problema: apelo para consumo

A obesidade está aumentando vertiginosamente na população, em decorrência de um estilo de vida ‘obeso gênico’. Obesogênico porque hoje se come em qualquer ocasião, mesmo em situações onde a tristeza inibiria naturalmente a fome, como em velórios!

Os alimentos são cada vez mais calóricos e a falta de tempo faz com que muitos não pratiquem exercícios. A economia moderna tem na gastronomia um dos seus pilares e o apelo para seu consumo é crescente.

A mastigação: ritual de prazer

Preocupados com suas obrigações, contas a pagar e afazeres, as pessoas se lembram de tudo, menos de comer com prazer, com calma, moderação e alegria. Isso é possível com uma clara determinação em treinar este ato diariamente, comer tranquilamente e saboreando o momento. É preciso treinar repetidamente, até que este ritual se torne automático, involuntário e seja incorporado como hábito. Comer mais lentamente e, consequentemente, comer menos, sem se dar conta e sem que isso pareça um sacrifício enorme. Está comprovado que mastigar devagar e demorar mais tempo nas refeições produz saciedade precoce e diminui a fome. Portanto, come-se menos.

Tratamento sem medicamentos?

No Brasil, a proibição dos medicamentos que tratam a obesidade (anorexígenos/catecolaminérgicos)  pela ANVISA está em pauta. É preciso considerar os riscos e efeitos colaterais destes medicamentos. A mudança no estilo de vida é imprescindível para vencer a guerra contra a obesidade. Com a abordagem cognitivo-comportamental que poderá ser feita pelo médico nutrólogo, psicólogo e educador físico, o combate à obesidade se dará, acima de tudo, através de novos hábitos, inserindo definitivamente a regra básica de aprender a mastigar, sentindo prazer no ritual de comer lentamente

Médico pesquisador pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Título de Especialista em Nutrologia e Acupuntura pela AMB e CFM. Curso de formação em Homeopatia pela Uni-Rio/IHB.

Publicação original em 10/mar/2011

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